sexta-feira, 14 de agosto de 2009

La vie



Na época da entrevista, Margaret era uma jovem senhora, mas não revelou sua idade e, eu, como não sou jornalista de fato, nem insisti. Ela nasceu em Paris, na quarta geração de uma família de músicos. Filha de mãe francesa e pai inglês, tinha a avó paterna portuguêsa. Aos quatro anos de idade, o pai jornalista precisou mudar-se para Londres, com toda a família. Lá, Margaret fez seus estudos primários no Liceu Francês de Londres e, ainda criança, ouvia discos de Ella Fitzgerald, as canções de Cole Porter e de outros grandes compositores americanos. Disse-me que aprendeu a cantar observando a respiração de Ella.
Quando tinha quatorze anos, sua mãe faleceu, mas Margaret já não a via há dois anos, pois, ao adoecer, a mãe foi transferida para um hospital de Paris, onde permaneceu internada até o fim.
A partir dos treze anos começou a compor músicas em francês e em inglês; muito mais tarde, passou a compor em alemão, idioma que aprendeu porque trabalhava muito na Alemanhã, com músicos americanos. Durante a guerra, sua família saiu de Londres. Margaret conta que, nessa época, utilizava o dinheiro que o pai lhe dava para o lanche, para pagar músicos profissionais que transcreviam em partituras suas canções. Para memorizá-las, Margaret cantarolava-as interminavelmente, usando às vezes um aspirador de pó ligado, para que o pai não a ouvisse.
Cantou publicamente pela primeira vez aos 16 anos de idade, na BBC de Londres, contrariando a vontade do pai, que desejava que ela fosse uma boa dona de casa. Ú lá lá!!!

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